quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Salpicos (III)

Morreu John Updike e o Público comete a gaffe do ano: traz na primeira página a foto de Eduardo Lourenço a ilustrar a má-nova.

(brincadeira negra - mas a verdade é que Updike dava ares de Lourenço.)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Não percebo a sociologia

O JL desta quinzena entrevista um sociólogo, José Bragança de Miranda. Na apresentação parece que estamos em presença de um dandy: aos 17 demanda Moçambique e o Índico, onde teve várias profissões, entra no curso de Medicina, que abandona pela sociologia. A história foi baseada no uso da energia humana e animal das grandes massas por um pequeno grupo que as colectivizava e organizava e que, no fundo, serviu para construir tudo aquilo que nós conhecemos, explica José Bragança de Miranda... O sociólogo acaba de publicar o livro Envios, com a sua experiência no blog RAE - Reflexos de Azul Eléctrico.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Salpicos (II)

Numa biblioteca municipal é conveniente que os funcionários não gostem de ler jornais - assim os leitores encontram-nos no escaparate.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Salpicos (I)

Conheço melhor a sala de trabalho de Barack Obama, a Sala Oval, do que a do Presidente Aníbal Cavaco Silva.

sábado, 17 de janeiro de 2009

"Fatal crash kills seven"

Em duas semanas consecutivas fui ver grandes produções de Hollywood. "Sete vidas" (Seven Pounds) mostra a reparação que Ben Thomas (interpretado por Will Smith) encontra para as sete vidas que ceifou num acidente de automóvel, onde a sua mulher também morreu. Doará orgãos até provocar a sua própria morte. O coração é presenteado a uma bela mulher, interpretada por Rosario Dawson. Na semana passada calhou ver "A Troca" (Changeling), filme de Eastwood. Angelina Jolie interprea o papel de uma mãe que vive o desaparecimento do filho pequeno, sendo que a polícia pretensamente lhe encontra o filho. Ela luta contra a polícia, que não quer saber das suas razões quando reclama a continuação das buscas do filho desaparecido. A polícia pretende ter encontrado a criança certa. Os filmes americanos são sempre tão moralistas. No primeiro faz-se a pedagogia do comportamento consciencioso. Não se podem utilizar telemóveis ao volante! E muito menos ler mensagens! No segundo relembra-se a ignomínia da mentira, sendo que a Verdade, mesmo com as suas indeterminações, acaba por vencer. Na semana anterior, já agora, vi um épico - "Austrália". As belas paisagens australianas desfilam pelo ecrã, ao mesmo tempo que se constroi uma história de amor.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Revolucionário luso

O revolucionário entrou num restaurante em Cartagena e pediu um "Franco assado". "Franco, no, Pollo", retorquiram no restaurante. Corria o ano de 1975. Uns instantes depois dois polícias à civil tomavam conta dele.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Uma pessoa com personalidade

O que é um tipa ou um gajo com personalidade? É um pessoa que se abstém de coisas que lhe dariam prazer. As inteligentes abstêm-se e ganham com isso. As estúpidas perdem.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Longe da vista...

Com frequência ele aparecia na padaria, comia uma sandes, e trocava umas frases com a menina. O Fugas de sábado, esquecido em cima de uma mesa, trazia uma reportagem sobre Maceió. Ele ficou impressionado com uma fotografia - a arquitectura de umas casas reproduzia as casas tradicionais dos bairros antigos de Lisboa. "Parece mesmo Lisboa!". Ela retorquiu que não lhe tinha parecido isso, quando esteve na Bahia, em Porto Seguro. Ele tinha estado em Natal, no Nordeste. "Podíamos visitar Maceió...", alvitrou ele. Ela seguiu a sua efabulação. Ele começou a cortar nas despesas, suprimindo o lanche na padaria. O amor esfriou e Maceió não conheceu o par.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Lavagens

À minha frente um tipo novo fala incessantemente ao telemóvel e digita no portátil. A um dado momento oiço "Estou capaz de vender um frigorífico a um esquimó". Deduzo que acabou de participar numa acção de formação ou, melhor, de lavagem ao cérebro.

sábado, 3 de janeiro de 2009

"Para que serve a cultura?"

Para que serve a cultura?, pergunta Inês de Medeiros. Responde Miguel Lobo Antunes na entrevista citada: Para não sermos selvagens. Eu não acredito que a cultura salve o mundo, ou impeça a guerra, mas salva os homens individualmente. Antes de pensarmos para que é que serve, é preciso pensar que a cultura é uma criação humana e os homens fazem-na porque é uma necessidade visceral. Os criadores criam porque não conseguem viver sem isso e as pessoas assistem porque lhes faz bem participar no que os outros são capazes de fazer.