segunda-feira, 27 de julho de 2009
Viva o gás natural !
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Extremos
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Guterres: de volta?
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Comunicação
Jean Baudrillard, "Requeim for the Media" (p.182), in For a Critique of the Political Economy of the Sign, 1981, reimpresso in The New Media Reader, 2003.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
A origem da resiliência
Simone Paludo e Sílvia H. Koller, "Psicologia postiva, emoções e resiliência" (p.75), in Débora Dalbosco Dell'Aglio, Sílvia Helena Koller e Maria Ângela Mattar Yunes (organizadoras), Resilência e Psicologia Positiva: Interfaces do Risco à Proteção, São Paulo, Casa do Psicólogo, 1ª edição, 2006, 289 p.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Humanismo?
- O velhote ainda cai e lá aumentam os encargos do Serviço Nacional de Saúde!
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Nora Inu (Cão Danado)
terça-feira, 7 de julho de 2009
Pathos...
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Estou chocada!
Para não se desiludir, preferia por vezes manter à distância aqueles de quem gostava, ignorando a crueldade da atitude.
Quando Margarida, a filha, regressou de Inglaterra, onde, muito jovem, fora fazer o doutoramento em Matemática, Laureano fez tudo para que ela não o fosse visitar. Tinha medo que ela tivesse voltado muito esquerdista, e que se zangassem à primeira discussão. Fizera tudo, aliás, para que ela não seguisse Matemática, receando que não conseguisse. Margarida empenhou-se em mostrar que ele estava enganado, concluindo a licenciatura com média de 17.
Talvez cultivasse o relacionamento com os que se prestavam a ser amigos imaginários, metáforas de si próprios. Dizem os psicólogos que os coleccionadores compulsivos sofrem de incapacidade de lidar com os outros. Se isso é verdade, os livros, metáforas perfeitas da vida, são a colecção ideal do filantropo solitário.
No entanto, Laureano tornou-se amigo de pessoas que admirava. Lagoa Henriques, Óscar Lopes, Costa Gomes, que foi seu colega de faculdade. O general era visita regular da Quinta da Fonte da Cova, até quando foi Presidente da República (Laureano chegou a enviar-lhe uma carta criticando-o pelas cedências aos comunistas), e o mesmo acontecia com vários intelectuais e artistas, alguns bem pouco convencionais, como Luís Pacheco ou Eugénio de Andrade. Nestes, o austero e rígido Laureano apreciava a liberdade e a capacidade de surpreender. Mas mais tarde ou mais cedo a tolerância levava à colisão.
Eugénio passava grandes temporadas na quinta. Sentia-se em casa e dava largas às suas muitos próprias jovialidade e loucura. Mas quando a mãe de Laureano morreu, não mostrou grande consternação, explicando simplesmente que não gostava de funerais.
Uma vez, numa festa, Laureano apresentou-lhe uma personalidade de Ponte da Barca, um sujeito baixo e gordo que sorria de deferência para com o poeta. Eugénio apertou-lhe a mão - "Muito prazer!" - mas ao mesmo tempo disse para o lado, alto e bom som: "Isto é um homem ou é um cagalhão?"
Foi de mais. Laureano cortou com ele relações, que só viria a reatar, décadas depois, pouco antes da morte do amigo.
Paulo Moura, "Laureano Barros: O homem que fugiu com uma biblioteca", jornal Público, 5 de Julho de 2009.