quinta-feira, 29 de julho de 2010

"A vergonha tornou-se um luxo...

...inconcebível", mais uma frase do meu amigo Q.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mãe Fátima


Passei pela FNAC Chiado e estava a ser apresentado um documentário de Christine Reeh, À Espera da Europa. Vi um bocadinho - apanhei com o cretino de um bar que se babava com a empregada do Leste da Europa, ao mesmo tempo que nada fazia para lhe arranjar um contrato de trabalho. Não aproveitei a exibição mas lembrei-me doutro trabalho de Christine Reeh: Mãe Fátima. Este documentário conta a missão humanitária de uma enfermeira angolana que parte para Menongue, no Sul de Angola, para apoiar o hospital local. O filme passou no Cinema São Jorge, em Lisboa, durante a 4ª Mostra do Documentário Português. É um documentário muito bonito.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Marlene Dumas sempre!

Porto sempre! Dei um salto ao Porto e maravilhei-me com a exposição "Contra o Muro" da sul-africana Marlene Dumas. Marlene refere-se ao muro da Palestina e na exposição há uma reflexão sobre a separação, centrada na representação da morte. Palestinianos mortos aparecem numa série de quadros com um olhar vivo - e a contradição da coisa impressiona. Gostei muito de dois quadros, colocados lado a lado, "Uvas da abundância" e "Uvas da ira". No primeiro um prato tem um cacho grande de uvas pretas. No outro o cacho tem escassas uvas. O que me impressionou mais foram os pratos onde repousam as uvas - na abundância o prato é preto; na escassez é branco. Como se a fartura fosse apenas fartura de uma pequena minoria e portanto as uvas aparecem no prato preto da fome. E a escassez aparece no prato branco de uma paz podre - que esconde talvez uma explosão iminente. O quadro que reproduzo brilha no esplendor do espaço de Serralves - pode ser visto a uns 20 ou mais metros de distância, e as pessoas que circulam na sua frente parecem também pertencer ao quadro. Um emplacement realmente excepcional. Nada é descurado em Serralves, o que dá às vezes um calafrio relampejante...